“O Santuário de Fátima não apresenta contas públicas há 11 anos e não tenciona alterar essa situação. ‘Apresentamos as contas a quem temos de apresentar’, afirmou o reitor do Santuário em entrevista hoje publicada pelo ‘Jornal de Notícias’.
À jornalista Rosa Ramos Carlos Cabecinhas afirmou ‘o Santuário apresenta contas todos os anos. A contabilidade é auditada por uma entidade externa e apresentada a quem tem de ser apresentada: ao Conselho Nacional do Santuário de Fátima, que pertence à Conferência Episcopal'”.
Com a insistência da jornalista, que questiona se as contas não deviam ser também mostradas aos fiéis, que deixam os seus contributos em Fátima, o reitor do Santuário é taxativo: ‘Não concordo, porque dá a impressão de que é um dever que nos é imposto, quando não é. É uma opção'”, acrescenta-se.
Contactada pelo Polígrafo, Carmo Rodeia, responsável pelo Gabinete de Comunicação do Santuário de Fátima, assume que as contas não são públicas porque o Conselho Nacional do Santuário de Fátima assim o decidiu. “Perante a diferença de interpretação sobre os deveres tributários das instituições religiosas, entre a Autoridade Tributária e a Igreja Portuguesa, foi tomada a decisão de não apresentar contas. Não se trata de um capricho ou de uma tentativa de esconder dados, é uma decisão superior”, justifica.
A responsável alega, no entanto, que as contas são “revistadas e auditadas anualmente por equipas externas devidamente certificadas para o efeito” e apresentadas, posteriormente, ao Conselho Nacional do Santuário de Fátima – a única entidade à qual, “de forma legal e estatutária, o Santuário tem de prestar contas”, sublinha.