Jovem recusa herança e atira: “Não fiz nada para merecer”. Marlene Engelhorn tem 29 anos é estudante de Língua e Literatura Alemã em Viena e é descendente de fundadores da empresa BASF, uma das maiores empresas químicas do mundo (em 2021 teve um faturamento de mais de 78.000 milhões de euros).

No entanto, Marlene Engelhorn rejeitou a parte que lhe cabe por herança: “Não deve ser minha decisão o que fazer com o dinheiro da minha família, pois não trabalhei por ele”, diz.

A jovem diz estar ciente de que, por ter nascido onde nasceu, teve algumas facilidades que nem todos podem ter acesso. No entanto, ela considera que tudo tem um limite e que ninguém deve acumular grandes quantias de dinheiro enquanto houver tanta desigualdade no mundo.

Ela defende que não precisa de tanto dinheiro: “Eu não conseguiria ser feliz. Não é uma questão de vontade, mas de justiça. Não fiz nada para receber este legado. Isso é pura sorte na lotaria de nascimento e pura coincidência”, defende.

Forte defensora da justiça social, ela criou o AG Steuersrechtigkeit, um movimento que propõe que herdeiros de grandes fortunas renunciem à herança e lutem por uma maior taxa de imposto para os ricos. “Como alguém que desfrutou dos benefícios da riqueza durante toda a minha vida, sei como nossa economia está distorcida e não posso ficar sentada esperando por alguém, em algum lugar para fazer algo”, disse à BBC.

Para ela redistribuição da riqueza, os impostos sobre milionários e mudanças estruturais importantes em altos cargos são algumas das soluções para alcançar uma maior justiça social.