Goucha emociona-se ao lembrar do pai num momento de partir o coração. O apresentador nunca teve uma relação próxima com o seu pai, que se divorciou da sua mãe quando ele era criança.
Numa entrevista à revista TV Guia, o apresentador da TVI contou alguns episódios que marcaram essa distância afetiva.
Um deles foi quando o pai lhe chamou “maricas”, aos 9 anos, por ele gostar de ver teatro, música clássica e bailado na televisão: “A minha mãe contava-lhe essas coisas e ele respondeu assim: ah, então temos um maricas na família. Eu ouvi a frase, mas não me magoou, porque eu já sabia o que era. Já sentia atração por rapazes”, recordou Manuel Luís Goucha, que assumiu a sua homossexualidade sem problemas.
O apresentador revelou ainda que não foi ao funeral do pai, que morreu há alguns anos. Nessa altura, preferiu viajar para Paris, com Rui Oliveira, o seu companheiro: “Não senti nada. Só lhe devo metade da minha existência. E sei que era um homem que não pôde ser pai.
Não sei se não quis ser pai, se a vida não lhe permitiu ser pai ou se a minha mãe lhe dificultou a tarefa de ser pai. Foi uma separação muito difícil, há 66 anos, muito diferente do que é hoje. Eles detestavam-se”, confessou o apresentador da TVI.
Goucha admitiu que nunca criou esse “laço filho-pai” e que nunca chegou a conhecer realmente o pai.
“Essas são as perguntas que ficam sem resposta. Depois da morte do meu pai, a minha madrasta veio à TVI e disse-me: o teu pai tinha muito orgulho em ti. Fiquei emocionado…”, disse o apresentador da TVI.