Escolas organizam viagens, mas alunos carenciados ficam de fora, por não terem capacidade para pagar entre 500 a 800 euros pelas mesmas.
Paris, Madrid ou Londres, são os destinos de eleição, mas os preços rondam entre os 500 euros e os 800 euros e as escolas acabam por deixar de fora quem não tem dinheiro para pagar a viagem.
Uma das alunas beneficia de Apoio Social Escolar (ASE) e confessa que: “Quando a professora de Francês anunciou, na aula, a viagem a Paris deu a ideia de que iríamos todos. Fiquei super entusiasmada, mas depois percebi que não era assim”, disse em declarações à Lusa.
A jovem desabafou ao afirmar que: “Fiquei muito triste, até porque quando temos 14 anos não conseguimos perceber que 500 euros possa ser muito dinheiro”.
Já o pai de uma outra aluna, também sem capacidade financeira para viajar, admite ter recebido um documento escrito das professoras da filha a argumentar: “Relativamente à situação de alunos/famílias sem condições para custear a visita de estudo, não nos compete a nós, professoras organizadoras, resolvermos esta questão”.
“Esta visita de estudo não é uma atividade obrigatória, pelo que só se devem inscrever os alunos interessados e/ou que podem participar na visita de estudo”, lia-se ainda.
A presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap) disse em declarações à Lusa que “sendo visitas de estudo deveriam ser criadas condições para que todos possam participar”, apelando a “todos façam chegar esses casos às associações de pais para que os alunos possam ser apoiados.”, já que também na educação “os mais carenciados continuem a ser os mais prejudicados”.